"Vencer a 10ª edição da Brasil Ride" - A História de Tiago Ferreira
"Vencer a 10ª edição da Brasil Ride" - A História de Tiago Ferreira

2020-04-07

"Vencer a 10ª edição da Brasil Ride" - A História de Tiago Ferreira

Tiago Ferreira e Hans Becking foram os vencedores da 10ª edição de uma das ultramaratonas mais exigentes das Américas.

Tiago Ferreira sagra-se campeão do Brasil Ride pela segunda vez. Desde a preparação à como é ganhar uma prova em dupla, contamos-lhe tudo em exclusivo aqui.


O atleta Tiago Ferreira, apoiado pela Polisport venceu a 10ª edição de uma das mais importantes competições do mundo do MTB - a Brasil Ride, com o colega de equipa belga Hans Becking. Ao longo de 600km percorridos e de competição contra mais 570 atletas, muitas histórias haviam para contar, pelo que quisemos dar a conhecer em primeira mão, pelo nosso campeão, o que é participar numa Brasil Ride.


Considerada a Giro d'Italia do MTB – na qual participa já há 8 edições, e na qual se sagrou campeão já por 2 vezes, Tiago Ferreira ao lado de Hans Becking, colega de equipa da DMT Racing terminou a mais de 7 minutos de distância de Avancini e Fumic sagrando-se pela 2ª vez campeão desta prova de renome mundial. Fomos ouvir a sua experiência:


Polisport:  Esta participação na Brasil Ride destaca-se das restantes? Em que aspetos?

Tiago Ferreira: Estive sete vezes na Brasil Ride, esta foi a oitava. Toda a corrida é especial. Toda a envolvência que tem aquela prova, as etapas, o convívio que há com todos os atletas torna aquela prova diferente e especial. Poder ganhar juntamente com o Hans, na 10ª edição da Brasil Ride, tornou a nossa vitória ainda mais especial; o Hans porque ganhou pela terceira vez, eu porque ganhei pela segunda. Esse foi o ponto alto do nosso objetivo. Saímos com o objetivo de ganhar a 10ª Edição, porque o Hans queria muito ganhar a corrida pela 3ª vez, então esse era o nosso principal objetivo.


Polisport:  Como equipa, como é que se preparam e trabalham a vossa dinâmica?

Tiago Ferreira: Esta prova só é possível fazer em duplas. Eu e o Hans vivemos em países diferentes, ele na Bélgica e eu em Portugal, então cada um faz o seu trabalho. Somos treinados pela mesma pessoa, logo o treino está feito para ser o mais igual possível, para estarmos mais entrosados um com o outro.


Correu bastante bem porque eu fisicamente estava muito bem, o Hans também. Conhecemo-nos já bastante bem porque mesmo não competindo muitas vezes em dupla fazemos o mesmo calendário e estamos nas mesmas corridas. Não precisamos de estar sempre com muita comunicação durante as etapas, porque já nos conhecemos o suficiente para perceber quando é que cada um de nós está bem ou menos bem e, assim conseguimos reajustar todos esses pormenores.


Mas sem dúvida alguma que o trabalho que se faz um com o outro durante as etapas, e o perceber os limites quer de um quer de outro, é o ponto chave para se poder ganhar uma corrida de duplas.


Polisport:  O que torna a Brasil Ride especial para ti?

Tiago Ferreira: A Brasil Ride foi a minha primeira corrida por etapas, em 2011. Como foi a primeira, tornou-se aquela última prova que todos os anos se espera. Pelas amizades, que temos e fazemos todos os anos, pela quantidade de pessoas que conhecemos, o idioma, como falamos a mesma língua… Todos esses pontos tornam a prova bastante especial.


Polisport:  Que conselhos dás àqueles que pretendem participar nesta corrida?

Tiago Ferreira: Um conselho? Inicialmente tem de arranjar um parceiro com quem tenha uma boa relação de amizade. São sete dias e há momentos muito bons, muito maus, momentos em que não falamos um com o outro. Passam-se muitas coisas durante as etapas, então tem de ser alguém que sejamos mesmo amigos.


A preparação para a corrida é puxada, porque são sete dias em condições extremas. O descanso nem sempre é o melhor, temos três noites que dormimos em tendas não é sempre em hotel. Há que saber lidar com todos esse pontos, e acima de tudo respeitar os limites de cada um. Não adianta eu estar muito bem e tentar que o meu parceiro dê mais quando ele já não consegue.


Então o melhor é respeitar sempre os limites, porque são sete dias e são muitas horas em cima da bicicleta, e esse é o ponto chave.


Polisport:  Como é que o público reagiu à vossa vitória?

Tiago Ferreira: O público português é diferente do brasileiro. O brasileiro é um bocado mais entusiasta. Mas lidamos bem com isso. Que todos os problemas fossem lidar com o público nas vitórias.


Foi um bom final de época. Foi uma vitória bastante importante para ambos, mas já passou e agora estamos já a pensar na próxima temporada e de preferência a acabar da mesma maneira.


Assista ao vídeo completo:



Foto: Brasil Ride

#POLISPORTBICYCLE